PSOE "voltou imparável, forte, unido e com ideias claras"
"O PSOE voltou, companheiros. Somos o PSOE. Sinto-me mais orgulhoso que nunca do meu partido", afirmou Rubalcaba.
"O nosso partido está imparável, forte, unido e com as ideias claras", disse.
Alfredo Pérez Rubalcaba falava na sessão de encerramento da Conferência Política do PSOE que começou na sexta-feira e em que, no sábado, participou o secretário-geral do PS, António José Seguro.
Num discurso de reafirmação dos ideais e valores da esquerda, Rubalcaba afirmou que o que está em jogo é o futuro da sociedade, num debate com a direita e um "Governo insensível que desconhece os que sofrem com as medidas que aplicam".
"Os cidadãos expulsarão o PP do Governo pela sua compulsiva adição à mentira. E nós temos em jogo muito mais: o rosto que queremos que tenha a nossa sociedade. Esse é o debate", afirmou.
"A mentira tirou-os do poder em 2004 e em 2011 voltaram, com a mentira. Diziam que a culpa era do Governo socialista. Hoje, dois anos depois, é difícil encontrar um cidadão a quem as coisas lhe tenham corrido melhor. Talvez só entre os beneficiários da sua amnistia fiscal", afirmou.
Rubalcaba disse que o PSOE chega a este momento depois de "pensar muito" e que ele próprio se apresentou à liderança por entender que era necessário "um novo projeto socialista e dar um empurrão à modernização do partido".
Hoje, dois anos depois da maior derrota de sempre do PSOE, Rubalcaba mantém as "convicções" de que é necessário "reconquistar a confiança dos cidadãos, o que exige uma mudança de projeto politico, de mudança progressista".
Para isso, disse, há que ser "valente e responsável" reconhecendo que por detrás da crise económica e social "terrível" há outra, "a crise política que afeta a confiança dos cidadãos nas suas instituições".
Uma crise que ocorre perante "medidas repugnantes" que dividiram a sociedade espanhola e excluíram muitos setores, disse.
"É repugnante expulsar do sistema público de previdência os imigrantes sem papéis e cobrar os medicamentos aos doentes crónicos. Como se pode ter tão pouca sensibilidade social", afirmou.
"Não é insensibilidade, é ideologia. Estas duas medidas não se aplicam nas Canárias, na Andaluzia nem nas Astúrias. Porque aí governam os socialistas", disse.
"Temos que reconstruir o que Governo da direita está a destruir: o consenso, o diálogo social e as nossas relações territoriais. Sobre a base de duas palavras: unidade e diversidade", considerou.
O encerramento do Congresso começou com uma ovação dos militantes a Rubalcaba, que desceu as escadas do auditório do Palácio Municipal de Congressos, apoiado por alguns dos 'barões' do partido.
A seu lado o secretário de organização, Óscar López, a vice-secretária-geral, Elena Valenciano, os dois únicos presidentes regionais socialistas, da Andaluzia, Susana Díaz, e das Astúrias, Javier Fernández, e os dois últimos ex-presidentes do Governo socialistas, José Luís Rodríguez Zapatero e Felipe González.
Uma ovação que ocorre numa altura em que a liderança de Rubalcaba continua a ser questionada, dentro e fora do partido, com vários nomes apontados para o processo de primárias que o PSOE deverá levar a cabo em 2014.